CONFECÇÃO E UTILIZAÇÃO DE UM BIODIGESTOR NO PROCESSO DE COMPOSTAGEM REALIZADO EM JUARA-MT


CONFECÇÃO E UTILIZAÇÃO DE UM BIODIGESTOR NO PROCESSO DE COMPOSTAGEM REALIZADO EM JUARA-MT

 

CARLA SPILLER 1, CLEITON BEVILACQUA DAMBROZ 2, GIACOMO LUIZ DE MATIAS JUNIOR 2, JOÃO LUIZ PASCOSKI 2 NESTOR ALBRECHT 2,VANIA VERNIER2
Docente 1, Discente do Curso Licenciatura Plena em Química 2, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IFMT, Universidade Aberta do Brasil - UAB

 

carlaspiller@gmail.com, cleiton_juara@hotmail.com, luiz.ru.bronegro@hotmail.com, jluizpacoski@hotmail.com, elainestor@hotmail.com, vaniavernier@hotmail.com


RESUMO

Nesta pesquisa objetivou-se a confecção de um biodigestor, utilizando-se duas “bombas”, ou seja, galões plásticos de duzentos litros. Ocorreu na cidade de Juara-MT, sito a rua Marilia, N° 1252 S entre os meses de fevereiro e maio de 2010. Nesta pesquisa que foi um experimento com coletas de dados e informações gráficas, onde se utilizou matéria orgânica proveniente de podas de árvores e gramas que resultou no substrato que originou os gases estudados e avaliou-se a quantidade produzida em litros, totalizando em vinte quilos de matéria utilizados no processo de compostagem. A pesquisa tem por objetivo encontrar alternativas que resgatem os processos naturais proporcionados por bactérias aeróbicas e anaeróbicas que se encontram na natureza espontaneamente, onde a matéria orgânica associada a estas, libera biogás como ocorre nos pântanos e aterros sanitários, utilizando este mesmo processo que é desperdiçado como uma fonte natural de energia térmica, como também quantificando o gás produzido utilizando-se esta porção para fornecer dados que permitam calcular as proporções de volume em escalas maiores. Além da produção do gás, tal projeto produzirá adubo orgânico que poderá ser utilizado na correção de terrenos degradados e áreas agrícola. Tendo em vista a crescente demanda energética e os índices alarmantes de poluição e emissão de gases tóxicos é onde a pesquisa contribuirá para amenizar a situação, gerando uma economia sustentável, menos agressiva a sociedade e ao meio ambiente, auxiliando também a reduzir a utilização de combustíveis fósseis. Os referenciais envolveram artigos científicos e literatura disponível na internet bem como livro e folheto que são divulgações de técnicas que envolvem biodigestores bem como os que relatam sobre a vida das bactérias aeróbicas e anaeróbicas; desta forma fornecendo as bases para a pesquisa e explicando a forma de se calcular o volume dos gases.
Palavras chave: Biodigestor, emissão de CO2, matéria orgânica, queimada urbana.


INTRODUÇÃO

Biodigestores são recipientes geralmente de grande volume, com vedação hermética perfeita a fim de evitar a perda do gás produzido e também a entrada de oxigênio que comprometeria a vida anaeróbica das bactérias, assim criando um ambiente adequado para as mesmas produzirem o biogás, onde em sua maioria é o gás metano que pode ser usado para geração de energia térmica, mecânica e elétrica.
Sabe-se que a grande maioria da matéria orgânica é capaz de gerar biogás, que é o produto final do processo de decomposição aeróbica e anaeróbica, a fim de gerar uma relação entre o volume de gás e da matéria orgânica empregada no processo necessário para uma produção equivalente a 13 Kg de GLP. Construiu-se um biodigestor para demonstrar sua viabilidade na geração de energia e um destino adequado para os compostos orgânicos.
Tendo em vista a preocupação com os resíduos orgânicos provenientes de várias fontes causadoras de problemas como: limpeza, aspecto visual e local inadequado para seu despejo, bem como terrenos que correm o risco de incendiar-se em locais urbanos e proximidades e que muitas vezes abrangem os biomas do cerrado e da floresta amazônica, enfrentando grandes períodos de estiagem superior a três meses, que tal pesquisa embasou-se, objetivando a coleta deste material existente em grande quantidade para sanar os problemas que são, logo que as incidências dos focos em áreas urbanas ocorrem em períodos de baixa umidade do ar que é um agravante, não se restringindo apenas ao meio urbanotranstornos para a população. A pesquisa proposta tem como conseqüência secundária zelar pela limpeza publica, conscientizando os cidadãos sobre a queima de lixo doméstico e da emissão de CO2 na atmosfera como contribuição para o aquecimento global, também liberam outros gases poluentes que agravam a saúde da população, cercanias e comunidades rurais fontes de matéria prima para a produção do biogás.

METODOLOGIA
MATERIAIS
Foram utilizadas duas bombas para reservatório de matéria orgânica e do gás. (Figura1).
Utilizam-se canos de PVC soldável, mangueira transparente e conexões para montar o encanamento que conecta as duas bombas para a condução do gás até o local onde está inflando um balão azul, local este que também serve para queimá-lo. (Figura 2).
Registro de água para controlar o gás, um bico de câmera de bicicleta que foi utilizado para testar a hermética do conjunto, podendo-se bombear ar do ambiente para os recipientes, com uma bucha de espuma embebida com água e sabão liquido, verificando-se as partes mais vulneráveis a vazamentos e posteriormente eliminados com durepoxi.

MÉTODOS
Medidor de pressão
Consiste em duas mangueiras transparentes de dois metros cada, que são conectadas nos recipientes onde o gás está sendo formado e na outra ponta são vedadas com durepoxi, com uma quantia de água no seu interior, sendo dobradas com a curva voltada para o solo deixando o ar atmosférico em ambas as extremidades, deste modo quando a pressão aumenta no interior das bombas comprime a água da mangueira que comprime o ar do outro lado da água este fica impedido de sair devido à rolha de durepoxi, fornecendo dados para calcular a pressão do recipiente. (Figura 3).
Estes dados possibilitam calcular o volume de gás no interior das bombas, através das leis de Boyle-Mariotte, que segundo (SARDELA e FALCONE em química série brasil pg. 191, 2004), “Essas observações foram feitas, em meados do século XVII, pelo físico e químico irlandês Robert Boyle (1627 - 1691) e pelo físico francês Edme Mariotte (c. 1620 – 1694). Em homenagem a esses dois estudiosos, dizemos que a transformação isotérmica é regida pela lei de Boyle-Mariotte, que pode ser assim enunciada:
À mesma temperatura, o produto pressão X volume de certa massa gassosa é sempre o mesmo.
Equação: P1*V1=P2*V2
Onde:
P1 = é pressão inicial.
V1 = é volume inicial.
P2 = pressão final
V2 = volume final
Esta e a lei dos gases ideais.

COLETA DO MATERIAL ORGÂNICO
A coleta de matéria orgânica ocorreu na cidade de Juara-MT, entre 20/02/2010 e 23/02/2010, num total de vinte quilogramas, que foi dividido entre as duas bombas a azul com 10 Kg e 95 L de água que foi o suficiente para cobrir toda matéria orgânica e na bomba preta 10Kg de material orgânico, 120 L de água o suficiente para cobri-la.
PROCESSO DE OBTENÇÃO DO GÁS
A extração do gás da matéria orgânica consiste na decomposição por bactérias aeróbicas no processo de fermentação enquanto houver oxigênio na mistura e com bactérias anaeróbicas que não necessitam deste gás para sobreviver, onde o processo de fermentação influencia na nutrição, já que as bactérias anaeróbicas utilizam o acido acético na geração de energia.
PROCESSO DE QUEIMA DO GÁS
O processo de queima do gás estava acontecendo a cada dois dias, devido a percas ocorridas por ocorrência de vazamentos achou-se melhor aferir os dados todos os dias a fim de evitar a perda, onde o gás é liberado por um maçarico de estanho, acoplado as bombas através de uma mangueira transparente, soldada com durepoxi, sendo queimado. (Figura 4).
As chamas são visíveis num ambiente com pouca luz. (Figuras 5 e 6).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
DADOS
Os dados abaixo referem-se a pesquisa e da análise do equipamento conforme descrito em MATERIAIS É MÉTODOS.
GRÁFICO: 1
GRÁFICO DOS DADOS­­ EM (ATMs) POR SEMANA
Para somar-se as (ATMs), os dados consignados de uma coleta eram anotados e posteriormente somavam estes utilizando o seguinte procedimento: em uma amostra obteve-se o resultado 1,45 ATMs, e de outra 1,50 ATMs, para se computar utiliza-se somente os decimais, mantendo fixo a unidade um.
Entre os dias 20/02/2010 e 23/02/2010 ocorreu à coleta da matéria orgânica, onde foi constadas a presença de água, que dificultaria a aferição desta massa com precisão, então foi retiradas duas amostras, a primeira no dia 20/02/2010, que foi de cem gramas que posteriormente foi desidratada num fogão de cozinha em um recipiente que suportasse altas temperaturas, após este processo constatou-se que 40% do material era água, então utilizou-se estes dados para calcular a massa total que deveria ser posta na bomba azul, que foi de 14 Kg, a segunda amostra foi coletada dia 21/02/2010 utilizando-se o mesmo processo e foi constatada a presença de 32% de água, contabilizando-se em um  total de massa cerca de 13,2 Kg na bomba preta.
O monitoramento do processo se fazia diariamente como, por exemplo: a verificação de vazamentos, aferimento de pressão, tendo em vista a eficácia dos dados registrados, ante a rusticidade do equipamento.
Após o termino de produção de gás aferiu-se o volume que estava livre para o reservatório de gás, completando o espaço, então vazio com água, desta forma obtendo o volume para a bomba azul de 84L e para a preta 63L.
Com os dados obtidos na variação das (ATMs) coletados durante a pesquisa poderemos calcular o volume de gás produzido em todo o período, obedecendo a lei de Boyle.
Gráfico. 2
GRÁFICO DE DADOS EM LITROS PRODUZIDOS POR SEMANA

Constatou-se diante dos dados acima que a produção de gás da bomba azul desde o início até o final apresentou um volume de 409,164 L de biogás e a bomba preta um total de 210,16 L. Foi incluído neste cálculo o volume de gás que ficou preso no reservatório quando findou a produção, 84 L e 63 L respectivamente, totalizando 619,324 de biogás.
De acordo com (PAULA, 2006 PG. 11) demonstra a tabela com as proporções do biogás.
Tabela 2: Composição média da mistura gasosa
Metano (CH4)
50 a 75 %
Dióxido de Carbono (CO2)
25 a 40 %
Hidrogênio (H2)
1 a 3 %
Azoto (N2)
0.5 a 2.5 %
Oxigênio (O2)
0.1 a 1 %
Sulfureto de Hidrogênio (H2S)
0.1 a 0.5 %
Amoníaco (NH3)
0.1 a 0.5 %
Monóxido de Carbono (CO)
0 a 0.1 %
Água (H2O)
variável
Fonte: Artigo cientifico, BIOGÁS: O COMBUSTÍVEL DO FUTURO Pg. 11-12, 2006, (PAULA, disponível em http://www.artigocientifico.com.br/uploads/artc_1241187496_51.pdf, acessado 27/04/2010).
Verificou-se que em nem uma das bibliografias foi relatado qual o tempo seria necessário para que a matéria orgânica deixasse de produzir gás.
Nessa pesquisa verificou-se que a produção de biogás perdurou por 42 dias, sendo que após este período a produção tornou-se insignificante, não compensando manter o processo.
Na pesquisa constatou-se que, entre o início até uma produção razoável de biogás, houve duas etapas: uma foi dia 21/02/2010, período de sua fermentação até o dia 16/03/2010, a outra iniciou-se a produção propriamente dita do biogás que durou do dia 27/04/2010, cessando a produção onde foram contabilizados 371,6 L de metano já descontado 40% de impurezas.
Com os dados obtidos em (ATMS) e os volumes dos reservatórios de gás possuindo 84L e 63L, para a bomba azul e preta respectivamente a um ATM, chega-se aos resultados apontados na figura 2, possibilitando fazer o cálculo de equivalência energética do gás GLP com o metano, pode-se montar uma proporção para descobrir o volume necessário para a produção energética de 13 Kg de gás de cozinha.
COMBUSTÃO COMPLETA DO METANO:
Tabela 3: Entalpia de combustão padrão para vários combustíveis.

COMBUSTÍVEL

FÓRMULA MOLECULAR

ΔH° (kJ/mol)
Carbono (carvão)
C(s)
- 393,5
Metano (gás natural)
CH4 (g)
- 802
Propano (componente do gás de cozinha)
C3H8 (g)
- 2.220
Butano (componente do gás de cozinha)
C4H10 (g)
- 2.878
Octano (componente da gasolina)
C8H18 (l)
- 5.471
Etino  (acetileno, usado em maçarico)
C2H2 (g)
- 1.300
Etanol (álcool)
C2H5OH (l)
- 1.368
Hidrogênio
H2 (g)
- 286
Fonte: (http://www.usp.br/qambiental/combustao_energia.html acessado 24/04/2010).

CÁLCULO DE EQUIVALÊNCIA, METANO/GLP

Conforme estes dados adotou-se um valor de 40% de impureza no biogás produzido nesta pesquisa. Acredita-se que não deva ser mais, pois suas chamas têm características de uma combustão limpa conforme as figuras 5 e 6.
Conforme os dados do site (http://www.eletrodomesticosforum.com/forum2/viewtopic.php?f=25&t=92) acessado 27/04/02010) “a composição do GLP, a mistura ideal é de 50% de propano + 50% de butano, mas ocorrem variações nesta composição. Se tivermos uma proporção de propano maior do que a de butano, teremos um GLP rico, com mais pressão e menos peso. Se ocorrer o inverso, teremos um GLP pobre, com mais peso e menos pressão”.
Para calcular o potencial energético de um botijão de gás de 13 Kg teremos somar o potencial energético do propano e butano sabendo que a proporção destes é de 50%, então teremos 6,5 Kg, para ambos.
Todos os dados estão nas condições normais de temperatura e pressão (CNTP).
Valor energético do propano: 6500 g / 44 g valor do mol = 147,73 moles.
Multiplica-se o valor de moles pelo valor da entalpia = - 2220 lembrando que o valor negativo de entalpia corresponde perda de calor para o ambiente.
Então teremos, - 327960,6, KJ para o propano.
Valor energético do butano: 6500 g / 58 g valor do mol = 112,07 moles.
Multiplica-se o valor de meles pelo valor da entalpia = - 2878 KJ.
Então teremos, - 322537,46 KJ para o butano.
Somando-se os dois valores temos, - 650498,06 KJ em um botijão de gás de cozinha.
 Valor em KJ do gás de cozinha - 650498,06 KJ que é dividido pelo valor energético de um mol de metano – 802 que e igual a 811,1 moles. Para termos o mesmo equivalente energético de um botijão de gás de cozinha, devemos multiplicar pelos litros que estão contidos em um mol de gás 22,4 L, dando o resultado de 18168,6 L de gás metano.
Com foi produzido 265,4 L em um mês, já descontados 40% de impurezas, então divide-se 18168,6 L por este valor chegando-se ao resultado de 68,45 vezes maior que o atual, para obtermos uma produção energética de um botijão de gás de cozinha, como o substrato utilizou um volume de 253 L no interior das bombas multiplica-se 253 * 68,45 = 17347,85 L que seria o aproximadamente a 17,35 M3.
E o equivalente em matéria orgânica desidratada é de 20 Kg vezes 68,45 que corresponde ao valor aproximado de 1369 Kg.
Então pode-se afirmar que para produzir gás metano o suficiente que se equivale a 13 Kg de gás de cozinha será necessário 17,35 M3 de volume e 1369, 14 Kg de matéria orgânica proveniente de poda de árvores, folhas recolhidas da queda natural das árvores, corte de grama e capim que havia sido carpido.
Observou-se através dos experimentos utilizados nesta pesquisa, que foi apenas matéria orgânica vegetal, (gramas, podas de árvores e capim proveniente de capinagem), não contendo outras misturas como: esterco de suínos, bovinos, caprinos e etc, que foram encontrados na maioria dos artigos disponíveis na literatura, mas estas não estavam compatíveis com os dados obtidos deste experimento, ora apresentando maiores volumes de gases ou contendo dados imprecisos, além das tecnologias diferenciadas em tamanhos e apetrechos que vieram a impossibilitar uma análise comparativa e precisa com o projeto apresentado.
Com a ressalva da temperatura ambiente (acima de 30º C e abaixo de 40°C) que foi compatível com o artigo, Biodigestão anaeróbia de dejetos de suínos sob efeito de três temperaturas e dois níveis de agitação do substrato - considerações sobre a partida, (SOUZA, LUCAS JÚNIOR e FERREIRA maio/ago. 2005).
 Fonte: SANEAMENTO E CONTROLE AMBIENTAL, http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-69162005000200027&lng=pt&nrm=isso.
Conforme (Nascimento 2002) “Sabe-se que, hoje, qualquer material orgânico submetido a um processo de biodigestão anaeróbia (através de um biodigestor) produz biogás e efluentes”.
Analisando o gráfico percebeu-se a diferença de produção de biogás entre as bombas azuis e pretas, devido a esta última absorver com maior intensidade os raios solares, aumentando a temperatura no interior da bomba em um patamar desfavorável à proliferação bacteriana (acima de 45° C). Já em dias de temperaturas mais baixas constataram-se produções quase equivalentes entre as bombas, isto demonstra que a temperatura influencia diretamente na produção dos biodigestores.
Quadro 1: Estrutura do plano de manejo do biodigestor
Ações:
Resultados
Coleta de substrato
Pesagem do material e desidratação das amostras.
Inserção do substrato nas bombas
20 Kg de matéria e 215 litros d’água.
Montagem da estrutura externa
Encanamentos e conexões.
Período de fermentação
Trabalho aeróbico bacteriano na presença de O2 com produção de CO2.
Produção de metano
Transformação anaeróbica da matéria gerando biogás.
Coleta de dados
Aferições minuciosas das variações de pressão.
Tratamento dos dados
Equiparações entre a produção do gás metano e o gás de cozinha, cálculos precisos para a equivalência em litros e massa de substrato para obter o equivalente a 13 Kg de GLP em um mês.

CONCLUSÃO
Houve produção de gás metano pala ação das bactérias anaeróbicas dentro das expectativas esperadas, tendo como substrato (folhas de árvores e gramas de jardim).
Tal pesquisa vem por comprovar que um projeto, nos termos acima enquadrado é economicamente sustentável e ecologicamente correto, já que contribui com a limpeza urbana, amenizando a emissão de gases tóxicos na atmosfera, gerando economia na comunidade local.
Os efluentes gerados pelo biodigestor podem ser utilizados como adubo orgânico, de baixo custo para o produtor e com mais eficiência de absorção pelo solo sem comprometimento dos lençóis freáticos.
O biodigestor visa a uma conscientização, pois tem interferência direta nos aspectos ambientais, sociais, econômicos, visando a uma utilização que poupa recursos naturais não renováveis.
Para futuras construções de biodigestores, estes devem ser confeccionados no subsolo, afim de que seja fornecido um isolamento térmico, evitando assim oscilações de temperatura no substrato, que a ideal para a sobrevivência das bactérias enquadra-se entre 15ºC à 45ºC; Mas para um melhor desempenho do biodigestor, a temperatura deve ser mantida acima de 30ºC. Verificou-se através das bombas de compostagem que a produção de gás varia sua quantidade de acordo com a temperatura do ambiente, pois estão expostas as variações climáticas, mas não deixando de produzir gás, mesmo nestas condições.
Figura 1: Estrutura de um biodigestor modelo Indiano

Fonte: Deganutti et al. (2002)
Legenda: H é a altura do nível de substrato;
Di é o diâmetro interno do biodigestor
Dg é o diâmetro do gasômetro;
Ds é o diâmetro interno da parede superior;
h1 é a altura ociosa (reservatório do biogás);
h2 é a altura útil do gasômetro;
a é a altura da caixa de entrada;
e é a altura de entrada do cano com o efluente.
O resíduo a ser utilizado para alimentar o biodigestor indiano deverá apresentar uma concentração de sólidos totais não superior a 8% para facilitar a circulação do resíduo pelo interior da câmara de fermentação e evitar entupimentos dos canos de entrada e saída do material. O abastecimento também deverá ser contínuo, ou seja, geralmente é alimentado por dejetos bovinos e/ou suínos que apresentam uma certa regularidade no fornecimento de dejetos.
Do ponto de vista construtivo, apresenta-se de fácil construção, contudo o gasômetro de metal pode encarecer o custo final e também a distância da propriedade pode dificultar e encarecer o transporte inviabilizando a implantação deste modelo de biodigestor. (DEGANUTTI 2002).
A figura 1 representa o esquema estrutural de um biodigestor modelo Indiano, utilizado para a produção de biogás e biofertilizantes, aonde observa-se a presença das caixas de entrada e saída, utilizadas para abastecimento de dejetos e retirada do biofertilizantes, respectivamente.
Ressalta-se que no modelo de biodigestor em batelada não existe a caixa de entrada, sendo que o abastecimento do mesmo é realizado através da remoção da campânula, sendo portanto, o biodigestor modelo batelada, considerado do tipo contínuo ficando em processo fermentativo por um determinado período em que ainda ocorre a produção do biogás, após este período ele é descarregado para posterior abastecimento com os dejetos.
Figura 2: Estrutura de um biodigestor modelo Chinês
Fonte: Deganutti et al. (2002)
Legenda
D é o diâmetro do corpo cilíndrico;
H é a altura do corpo cilíndrico;
hg é a altura da calota do gasômetro;
hf é a altura da calota do fundo;
Of é o centro da calota esférica do fundo;
Og é o centro da calota esférica do gasômetro;
he é a altura da caixa de entrada;
De é o diâmetro da caixa de entrada;
hs é a altura da caixa de saída;
Ds é o diâmetro da caixa de saída;
a é o afundamento do gasômetro.
(DEGANUTTI et al. 2002 aput  TARRENTO, MARTINEZ, 2006 disponível http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/486.pdf acessado 26/04/2010).
Já o biodigestor modelo chinês funciona com base no princípio da prensa hidráulica, de modo que aumentos de pressão em seu interior resultantes de acúmulos de biogás resultarão em deslocamentos dos efluentes da câmara de fermentação para a caixa de saída, e em sentido contrário quando ocorre a descompressão. (DEGANUTTI et al. 2002 aput  TARRENTO, MARTINEZ, 2006 disponivel http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/486.pdf acessado 26/04/2010).
Ainda, segundo Deganutti et al. (2002), o modelo chinês é constituído quase que totalmente em alvenaria dispensando o uso de gasômetro em chapa de aço, reduzindo os custos, contudo pode ocorrer problemas com vazamentosdo biogás, caso a estrutura não seja bem vedada e impermeabilizada.
Neste tipo de biodigestor uma parcela do gás é formada na caixa e libertada para a atmosfera, reduzindo parcialmente a pressão interna do gás, por este motivo as construções de biodigestores tipo chinês não são utilizadas para instalações de grande porte.
Semelhante ao modelo indiano, o substrato deverá ser fornecido continuamente, com a concentração de sólidos totais em torno de 8% para evitar entupimentos do sistema de entrada e facilitar a circulação do material. (DEGANUTTI et al. 2002).

REFERÊNCIAS
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-69162005000200027&lng=pt&nrm=isso>. Acesso em: 29/04/2010 10:13 Hrs.
http://www.artigocientifico.com.br/uploads/artc_1241187496_51.pdf. Acesso em: 27/04/2010 15:46 Hrs
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp373.asp. Acesso em: 25 abr. 2010.

http://www.usp.br/qambiental/combustao_energia.html. Acesso em: 24/04/2010 23:10 Hrs. 

http://www.eletrodomesticosforum.com/forum2/viewtopic.php?f=25&t=92 acesso em: 27/04//2010 17:30 Hrs.

EMATER-PARANÁ/ACARPA, Biogás: Energia e adubo: manual de construção de um biodigestor, 1978.

 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fertirriga%C3%A7%C3%A3o. Acessado em: 23/04/2010 17:00 Hrs.

 

SARDELA, A.; FALCONE, M.; Química série Brasil. 1º edição. ed. Ática, São Paulo: 2004. 191p.

SARDELA A. CURSO COMPLETO DE QUÍMICA. ed. Ática, São Paulo: 1999, 533p.
http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/486.pdf. Acesso em: 27 abr. 2010.

Figura 3: Analise dos dados
Biodigestor montado e o grupo.

Figura 4: Conferindo (ATMS)

Medindo a variação de volume na parte onde a água comprime o ar num cilindro onde varia o volume, que indica a pressão interna do gás.



Figura 5: Comprovação da existência do biogás
Integrante do grupo segura uma folha de arvore para comprovar que as chamas estão ai, incendiando esta e consignando o tempo de queima.